Os títulos prefixados com vencimentos mais longos foram os grandes protagonistas do primeiro semestre de 2025. Em um ambiente marcado pela expectativa de cortes na Selic, esses papéis ofereceram aos investidores retornos expressivos. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), os títulos prefixados com prazos superiores a um ano acumularam valorização de 12,89% entre janeiro e junho. Só no mês de junho, o ganho foi de 2,09%.

O movimento é resultado direto da reprecificação da curva de juros. À medida que o mercado antecipa cortes mais robustos na taxa básica, os preços dos títulos prefixados — especialmente os de prazo mais longo — se valorizam. Essa dinâmica favorece os investidores que se posicionaram antecipadamente nesses ativos.

Já os prefixados de curto prazo apresentaram uma performance mais modesta, com retorno de 6,87% no semestre e 1,06% em junho, ainda assim acima de produtos conservadores (ANBIMA).

No mercado de crédito privado, a valorização foi igualmente expressiva. As debêntures incentivadas subiram 10,81% no semestre, refletindo o bom momento para ativos atrelados à inflação. As debêntures sem incentivo fiscal registraram alta de 10,02%. Já os títulos indexados ao Certificado de Depósitos Interbancário (CDI) avançaram 8,14%.

O bom desempenho da renda fixa no primeiro semestre reforça o papel estratégico desses ativos na composição das carteiras.

Em um cenário de possível início do ciclo de cortes da Selic, os títulos prefixados seguem como alternativa relevante — mas exigem atenção redobrada ao horizonte de investimento e à sensibilidade à variação da curva de juros.

Acompanhar a evolução do cenário macroeconômico será essencial para capturar as melhores oportunidades nos próximos meses.